Tipos de Scotch Whisky (ies) – Sétima parte

Há no mínimo três anos atrás, mas com certeza foi um pouco mais que isso.  Nesse tempo fui colhida e retirada dos campos de cevada, fui mergulhada em águas puras de fontes escocesas, depois espalhada no solo de uma sala. De tempos em tempos me lançavam ao vento e isso aconteceu por vários dias. O ambiente era agradável e contava com temperatura controlada, e o durante este período, mesmo movimento acontecia. Neste processo o oxigênio adentrava em meu corpo toda úmida e logo senti me renascendo e germinando, até sentir o aroma esfumaçado da turfa penetrando em meu corpo, fui me aquecendo até me tornar completamente seca.

Transformada então, pensei. “Não sou mais uma cevada apenas, agora sou um malte”.  Me senti super importante. Logo novo ciclo teve iniciou-se, fui moída, cozida em águas puras da mesma fonte que fui mergulhada anteriormente e um novo processo se começou.  Fui perdendo oxigênio através de borbulhas de ar que saiam de mim, enquanto meus açúcares começaram a se transformar em álcool. “Era a fermentação me transformando em algo novo pensei em meu íntimo, me transformei, não sou o simples malte, agora sou uma cerveja maltada. Super feliz fiquei, mas não sabia ainda, que para melhorar, devemos enfrentar novos desafios, e logo novo processo viria acontecer, fiquei meio ansiosa, o que viria ser.  Desta vez fui lançada em um pote de cobre chamado de alambique e fui aquecido pelo fogo, que de tanto esquentar não suportei e partes de mim se desprenderam, depois de um tempo, descobri que eram partes indesejáveis que habitava em mim, e que precisava ser descartada. Mas de repente, o coração foi arrancado de dentro do alambique e fui subindo por um pequeno cano de cobre e outra parte de mim lá dentro ficou. Subi como vapor. E no meu desprendimento evaporei para logo em seguida ser tocado pelas por algo frio, cheio de curvas, eles dão o nome de serpentina. Logo percebi que era águas de fonte escocesas, mas dessa vez, estavam frias e com seu toque gelado, de novo, em liquido voltei a ser. Mas agora me sentia potente, não mais aquela fraca cerveja, “agora sou um forte espirito,”. Pensava eu, cheio de energia e vigor.

Me senti todo orgulhoso, sou potente, mas uma surpresa logo surgiu.  Fui colocado dentro de um barril de carvalho e transportado para sala com muita pouca luz, era bem escuro na verdade. E por lá fiquei três anos. Mas enquanto os meses passavam, ouvia sussurros, outros permaneceriam por lá por muitos mais tempo, doze, quinze, dezoito anos até mais, quase desisti.

Mas foi lá, no lugar tranquilo e no silencio daquela sala que fui transformado de um simples grão de cevada em um verdadeiro e legitimo espirito escocês. Sou um Single Malt Scoth Whisky” e serei apreciado em grandes bares pelo mundo, puro ou misturado com outros espíritos, mas também serei a alegria dos bartenders com principal ingredientes de seus coquetéis.