Pilares da Coquetelaria Clássica – Cocktail

Um coquetel é uma bebida mista com ingredientes alcóolicos, combinados com ingredientes não alcoólicos, equilibrados entre acidez, dulçor, amargo, temperatura e corpo.

Falar de coquetéis nos tempos modernos é fazer uma viagem longa entre e entretenimento e prazer. É descobrir culturas de povos e culturas de ingredientes distintos e também inusitados; passando por design de copos e taças, mas principalmente na forma como os profissionais de bar levam em consideração a hospitalidade no atendimento e a preocupação, interação e respeito com a natureza, no desenvolvimento de uma coquetelaria sustentável.

Mas vamos as suas origens.

Claro que não vou reinventar a roda, talvez você já tenha visto o que vou escrever, seja em livros ou em sites de coquetelaria, explicando ou tentando explicar sua história.

Explicar a origem da palavra coquetel é sempre um desafio, por mais que se pesquise sempre encontramos diversas teorias sobre a origem da palavra.

Alguns falam em Betsy Flanagan, que servia drinques em sua taverna e guarnecia os com plumas de galo do seu vizinho.

Outros vão dizer que teve sua origem na palavra francesa “coquetier”, cuja narrativa está associada a Antoine Amedie Peychaud; que costumava servir como boticário, seus remédios amargos (bitters), misturados com conhaque em um coquetier.

Coquetier é uma xicara francesa, onde se servia ovos cozidos oeuf à la coque ou à la coq. Atualmente há uma variedade desse produto no mercado com designs bem modernos.

Há também outra narrativa, que menciona os cavalos de raça ou puro sangue. Era comum cortarem a cauda de cavalos que não eram “puro sangue”.

David Wondrich tem um palpite para explicar esse detalhe. Segundo ele, “um cavalo com o rabo empinado ou levantado era sinal de vigor, por isso alguns comerciantes inescrupulosos colocavam gengibre ou pimenta onde os cavalos certamente não queriam (mais ou menos um supositório), desta forma os cavalos empinavam seus rabos”.

Como gengibre e pimenta também eram ingredientes utilizados nas bebidas alcóolicas, para deixa-las com mais vigor; pode ser que esse termo fosse chamado de rabo de galo e, foi usado sem nenhuma consideração aos pobres cavalos como supositórios picantes.

Mas enfim… essas e outras teorias podem ser encontradas em sites e livros de histórias. No entanto, é a definição da palavra coquetel (cock -galo, tail – rabo ou cauda), que nos interessa.

Conforme o Oxford English Dictionary, a palavra “cocktail” aparece escrita pela primeira vez no The Farmer’s Cabinet, em dia 28 de abril de 1803, no estado americano de Vermont. Onde beber um coquetel, era considerado “excelente para cabeça”.

Mas é na edição de 13 de maio de 1806, do jornal Balance and Columbian Repository, que o editor definiu a palavra coquetel como “uma bebida estimulante composta de destilados de qualquer estilo, açúcar, água e amargos.

Dentro dessa definição o clássico Old Fashioned e o Sazerac são os representantes perfeitos nesta definição.

Acompanhe comigo a explicação da receita do Old Fashiond passo a passo.

“Uma bebida estimulante”, exemplo clássico: Old Fashioned.

“Composta de um destilado”, whisky.

“Água”, gelo.

“Açúcar”, neste caso pode ser xarope de açúcar, cubos de açúcar ou mesmo açúcar.

“Amargos”, gotas de bitter – Angostura ou outra marca de bitter.,

Old Fashioned

• ½ colher de chá de açúcar ou 2 cubos de açúcar ou 1 colher bailarina de xarope de açúcar – 2.1.
• 3 gotas de Angostura bitters.
• 1 colher de chá de água (eu prefiro usar apenas a diluição da água do gelo).
• 60 ml de Bourbon.
• Guarnição: Casca de laranja e cereja (eu prefiro apenas a casca de laranja, mas é comum outros profissionais usarem os dois).

Modo de preparo

Pode ser montado direto no copo ou mexido (prefiro mexido e servido com um gelo em cubo grande ou uma esfera. A apresentação fica mais bonita e ajuda na diluição).