Até onde vai a responsabilidade do bartender quando se trata de alergias?

Você com certeza já se pegou procurando amendoins perdidos no avião, ou já foi aconselhado a nunca enviar seu filho para a escola com alimentos parecidos e com certeza já ouviu falar nas alergias alimentares em nossa cultura.

Para os que não se enquadram no caso, é fácil de se lidar com a alimentação e bebidas, mas se você é um dos 15 milhões americanos com alergias alimentares você sabe o quão ruim pode ser, podemos listar que 90% do resultado de alergias alimentares estão relacionados a: leite, ovos, amendoim, nozes, soja, trigo, peixe e marisco.

Alergias variam em severidade, desde uma erupção cutânea até um choque anafilático, e você também pode desenvolver alergias súbitas a alimentos que antes não causavam tal efeito. O número de sofredores continua a crescer: o CDC relata que o número de crianças com alergias alimentares subiu 18% de 1997 a 2007.

Mas o que isso significa para você? O número de crianças que foram diagnosticadas com alergias está crescendo, e chegando ao seu bar, trazendo com eles um conjunto especial de necessidades com consequências potencialmente mortais. E se você e sua equipe errarem, além de ter que lidar com a culpa de uma intoxicação acidental, pode sofrer a ameaça de um processo.

A quantidade de ações relacionadas com alergias alimentares aumentou tanto que há agora uma indústria de advogados especializados em tais casos. Apenas este ano, o dono de restaurante no Reino Unido foi enviado para a cadeia por acusações de homicídio. Um cliente alérgico pediu seu prato sem nozes, porém a observação foi ignorada pelo restaurante e o cliente veio a falecer.

Em 1993 teve um caso semelhante, um cliente alérgico a glutamato monossódico foi ao Marie Callender e pediu uma sopa de legumes, que por sua vez continha glutamato monossódico, como resultado o cliente sofreu danos cerebrais e acabou processando o restaurante.

Tais resultados fez com que se estabelece-se um precedente de que os restaurantes devem oferecer avisos se um prato “contém um ingrediente para o qual um número substancial da população é alérgica”, especialmente se esse prato “contém algo que o consumidor não esperaria razoavelmente encontrar no produto. “

Alergias têm sido um problema na indústria do restaurante há anos, existe agora um curso ServSafe especificamente sobre alérgenos e os perigos da contaminação cruzada. “Estudos apontam que metade dos episódios fatais ocorrem fora da casa”, o site adverte ameaçadoramente: “Você está preparado?”

Apesar disso, os bares não têm um programa parecido associado e também nenhum caso fatal para servir como aviso. Mesmo que os bares possuam menos alérgenos potenciais do que restaurantes, um olhar ao redor do bar revela uma abundância de campos minados: algumas misturas podem conter leite ou leite em pó; a garrafa de Orgeat pode ser fatal para aqueles com alergias a nozes ou amêndoas; e qualquer bebida com limão ou um twist de laranja, ou feita em uma tábua de corte que você acabou de cortar um limão pode ser perigoso para aqueles alérgicos a cítricos.

Então o que você deve fazer? Sim, os clientes têm a responsabilidade de lhe dizer sobre suas alergias severas, mas é fácil tomar algumas precauções para evitar causar uma reação.

A rede Be At One, que conta com mais de 30 bares de coquetel em toda a Inglaterra, veio com uma solução depois de notar o aumento dos clientes com alergias alimentares. Em seu site, eles oferecem um gráfico informando os alérgenos contido em seus coquetéis e também uma cópia do gráfico em cada estabelecimento.

“Eu acho que é essencial que os atendentes consideram alérgenos ao desenvolver coquetéis e que levem essa informação para os hóspedes”, diz Andrew Stones, diretor de operações do Be At One. “Treinamos os nossos barmans e fornecemos qualquer equipamento separado para um coquetel que possa conter nozes para eliminar o risco de contaminação cruzada. Se os convidados têm alergias devem informar um barman, mas nesses casos o barman deve ter o conhecimento para ajudá-los.”

É uma maneira fácil para os bares fazerem a sua parte, acrescenta. “Temos sido capazes de obter informações de alérgeno de todos os nossos fornecedores, por isso, embora fosse inicialmente uma tarefa assustadora para compilar a lista, tem sido realmente mais fácil do que o previsto e muito fácil de manter como nós desenvolvemos novas bebidas.”

Mesmo se o seu gráfico não for tão elaborado, tendo o tempo para montar uma lista detalhada de tudo em seu bar que contém possíveis alérgenos, é o caminho certo para educar sua equipe de bar e fazer seus convidados se sentirem mais confortáveis.

Alergias são especialmente um problema em bares com temática Tiki, diz Michael Thanos, de Alameda’s Forbidden Island. Muitas bebidas Tiki tem a presença de nozes, mas é mais do que isso: “Os menus Tiki são vagos. Tem sido assim desde o primeiro menu e ficou dessa forma “, diz ele. “Não é como bares artesanais onde eles vão listar todos os ingredientes, sprays e gotas que estão lá dentro. A maior parte do tempo você não saberá exatamente os ingredientes a menos que você pergunte.”

Thanos orienta seus barmans a perguntar aos clientes se eles possuem algum tipo de alergia, e quando anotam pedidos de bebidas que contêm ingredientes potenciais não listados no menu, eles vão informar aos clientes.

Os menus de Forbidden Island também contêm um aviso de que todas as bebidas podem conter nozes para notificar os clientes de quaisquer alergias. É uma adição simples que pode ajudar a proteger o seu bar de ser responsável em processos judiciais em potencial.

Indo mais a fundo, existem muitas técnicas para lidar com os clientes com alergias e são bem parecidas com a maneira de se lidar com qualquer outro cliente. Falar com os clientes e ouvir as suas preocupações, conhecer o seu produto, seguir os padrões de limpeza apropriados e, acima de tudo, ser respeitoso com seus clientes e suas necessidades, mesmo que isso signifique um trabalho extra.

“O que fazemos é hospitalidade, é serviço ao cliente”, diz Thanos. “Queremos garantir que o cliente esteja feliz, o produto que eles receberam e pagaram é algo que eles vão desfrutar positivamente e não os fazer adoecer.”

Fonte: talesofthecocktail.org