Bitters Potáveis e não potáveis – Terceira parte
- Bartender Store
- 18 de junho de 2021
- Matérias, Outras bebidas
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Nesse último artigo vou abordar os bitters não potáveis conforme já escrito anteriormente são os amargos em que se utiliza apenas gotas ou pequenos lances na preparação de um coquetel, mas porque isso?
Devido alta concentração de amargos o organismo humano não suporta altas dosagens e interpretaria como invasão de algo venenoso e trabalharia para repelir estes corpos estranhos, levando a pessoa sentir mal estar e acredito eu, a possibilidade de enjoos e até vômitos. Aqui digo que acredito, mas nunca passei por essa situação e até fiz uma pequena pesquisa para saber se conseguia algum relato verídico, no entanto não encontrei. Em todas as pesquisas que fiz e com minha experiencia de mais de 25 anos atrás do balcão é que não se deve consumir doses de bitters não potáveis. Seja qual marca for: Angostura, Peachauds Bitters e outros. Mencionei os dois porque são os mais conhecidos aqui no Brasil, mas a lista é bem extensa. Portanto quando se refere a expressão “bitters não potáveis” não significa que seja algo inadequado ao consumo, apenas em relação ao volume, como a frase que Paracelso um alquimista importante na história da Farmacopeia resume bem isso:
“A dose diferencia um veneno de um remédio”. Theophrastus Philippus Aureolus Bombastus von Hohenheim, mas conhecido por Paracelso um dos grandes responsáveis no desenvolvimento de receitas medicinais usando botânicos em álcool.
Por outro lado, há benefícios bem positivas em relação ao consumo de amargos em dosagens certas.
“Os Bitters são assim chamados de amargos simplesmente por causa de seu sabor e sua ação no organismo: aumentando a salivação e os ácidos estomacais, desta forma eles estimulam o sistema digestivo e melhora a absorção dos alimentos”, diz Taz Bhatia especialista em saúde interativa e autora do livro: Discover the Secrets to Lasting Health, Your Perfect Weight, Energy, and Passion.
ORIGENS DOS BITTERS AROMÁTICOS
Os bitters aparece sendo usado na Inglaterra por volta de 1700 principalmente combinados com vinhos vindo das Ilhas Canarias e também com bebidas espirituosas (aguardentes), mas o grande boom mesmo veio após 1800, ainda não era produzidos garrafas gotejadoras, se utilizavam pequenas doses na mistura. Com o aumento dos impostos das bebidas alcóolicas, com o crescimento do movimento de temperança, que cominou anos depois no que conhecemos hoje por Lei Seca.
Este movimento ajudou a popularizar os bitters, porque devido à grande resistência em relação ao consumo de bebidas alcóolicas, muitos médicos (apotecários) passaram a receitar doses diárias de bitters como cura para diversos males estomacais e contra os male causados pela malária.
Historicamente os amargos a base de álcool eram classificados como não potáveis e vendidos sem a cobrança de impostos o que não acontecia com os destilados e outras bebidas mistas.
“Os bitters tornou-se uma indústria multimilionária na época”, afirma David Wondrich historiador e escritor especializado em bebidas.
Consequentemente a definição da palavra coquetel que incluía bitters em sua formula contribuiu em muita sua popularização e marcas como Abbotts Bitters, Dr. J. Hostetter’s Stomach Bitters. Anos mais tarde Siegert Angostura Bitters, lançou inicialmente elaborou sua receita originalmente como remédio para as tropas de Simon Bolivar na cidade de Angostura, na Venezuela em 1824. Mas, muitos marinheiros viajavam pelo mundo levando o elixir da vida produzido pelo médico alemão, sendo os melhores propagandistas do produto.
No ano de 1850 Siegert fundou sua empresa House of Angostura distribuindo os bitters para todo mundo, hoje a empresa fica situada em Trinidad y Tobaco produzindo outros bitters como Orange Bitters e o mais recente de chocolate Cacoa Bitters, além do Amaro Angostura e Rum Angostura .
Peychaud´s Bitter é outra marca importadíssima na história da coquetelaria e dos bitters. Criado por Antoine Amedee Peychaud, um farmacêutico (apotecário) em Nova Orleans. Mas essa história será contada em um artigo a parte, sobre Sazerac.
RECEITAS
ROAD TO MANHATTAN
- 30ml Amaro di Angostura (preste atenção não é Angostura
- Biiter, não potável e sim Amaro Angostura, potável)
- 5 ml xarope de gengibre
- 03 gotas de Angostura Bitter
- 03 cerejas pretas no palito (prisma)
- Água com gás
MODO DE PREPARO
Coloque gelo em um copo baixo, adicione os ingredientes, lance de água com gás pra finalizar.
GUARNIÇÃO
Cerejas de Palíto
ANGOSTURA APPLE MOJITO
- 45ml Rum Angostura Gold Rum.
- 10 Folhas de Hortelã
- 15ml Suco de Limão
- 15ml Xarope de Açúcar (1.1)
- 10ml Suco de Maçã
- Gotas de Angostura Bitter
- Lance de refrigerante de gengibre
MODO DE PREPARO
Coloque as folhas de hortelã, o suco de limão, o rum e o xarope de açúcar e macere levemente as folhas. Adicione gelo triturado e coloque suco de maça e mexa levemente, e acrescente o refrigerante de gengibre e gotas de bitter.
GUARNIÇÃO
Ramo de Hortelã. Gomo de Limão e Fatia de Gengibre
NUT AH COLADA
- 45 ml Rum
- 90 ml suco de abacaxi fresco
- 01 colher de bar de creme de amendoim
- 30 ml creme de coco
- 6 gotas de Angostura Cocoa Bitter
MODO DE PREPARO
Coloque os ingredientes na coqueteleira e mexa para diluir o creme de amendoim. Adicione gelo e bata bem. Coe e passe para um copo longo com gelo.
GUARNIÇÃO:
Raspas de coco, flores comestíveis e casca de laranja
Adicione 6 pitadas de bitters de cacau Angostura com todos os outros ingredientes na coqueteleira, adicione gelo e agite bem. Coe duas vezes em um copo alto cheio de gelo rachado. Enfeite com flores comestíveis, toque cítrico.