Bitters e Amaros, digerindo suas origens
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AMAROS, APERITIVOS E DIGESTIVOS: ORIGENS E HISTÓRIA – SEGUNDA PARTE
A ideia de infundir bebidas alcóolicas em botânicos é algo bem antigo conforme escrevi no artigo anterior quando mencionei o pai da medicina preparando vinho com ervas, e essa ideia foi seguida por outros e na idade média teve podemos assim dizer sua grande ascensão, quando alquimistas de varias partes do mundo deram início as infusões de botânicos em bebidas espirituosas no lugar do vinho, principalmente porque neste período a descoberta da destilação já estava se espalhando pelo mundo a fora, na China ou nos países Árabes e nos países europeus. Muito historiadores menciona a data de 700 a 850 d C como prováveis inícios da destilação, outros paralelamente acreditam que teve seu início através dos alquimistas árabes em datas muito próximas.
Com o movimento alquímico cujo grupo buscavam curas para os males da humanidade, quatro pessoas aparecem em tempos distintos mas praticamente dando sequência nas descobertas de então, são eles Avicena e Rhazes, depois o Abu Muhammad, físico e cosmógrafo árabe que viveu em 1200 e que descreveu meticulosamente o processo de destilação de água de rosas e o mais marcante o médico alquímico Arnaud del Villeneuve ou Arnaldo de Vilanova se assim o preferir em português, que em 1300 desenvolveu algo muito parecido com ao amaros atuais. Obviamente foi feito para fins curativos e que um dos pacientes mais importante foi o Papa Bonifácio VIII, na qual “Arnaldo” utilizou sua criação para tratar um ataque de colite renal.
Após este episodio de sucesso sua receita foi codificada em um livro de pesquisas farmacológicas. Essa receita de infusão de ervas e raízes no álcool para fins medicinais se espalhou entre mosteiros e abadias chegando até os nossos dias de hoje, sendo produzido em praticamente em todos países seja de forma industrial ou artesanal como no Brasil com “Raízes Fortes”, “Paratudo” etc. Podem ser garrafadas preparadas por tribos indígenas desde suas origens ate a chegada dos portugueses, outras receitas preparadas por escravos africanos para cura de males do corpo e espirito e seus rituais religiosos, são diversas receitas espalhadas pelo Brasil, chamadas também de medicina alternativas. Abaixo uma lista de algumas marcas de amaros bem conceituadas nos bares do mundo
JÄGERMEISTER
De origem alemã com muito sucesso nos bares brasileiros principalmente tomado com energético com aroma intenso de ervas e toques cítricos. No paladar é bem temperado, doce e frutado, com casca de laranja, noz-moscada e pimenta.
SUZE
Aroma bem distinto de genciana colhida nos Alpes, aperitivo complexo e bem aromático, agridoce e notas sutis de baunilha, final delicadamente amarga.
BECHEROVKA
Becherovka é um produto orgulhoso da República Tcheca e faz parte do patrimônio nacional. O sabor atemporal de Becherovka é baseado em uma receita secreta que permaneceu inalterada desde 1807: uma mistura equilibrada de cerca de 20 ervas, especiarias e óleo de laranja, água pura da região da Boêmia, destilado de alta qualidade incluindo destilado de vinho e açúcar. Não contém ingredientes artificiais, corantes ou conservantes. A qualidade excepcional, o artesanato e a rica história de Becherovka, que remonta ao início do século 19, tornam o produto verdadeiramente especial. Apreciado como digestivo, e excelente para coquetéis como demonstrado abaixo
UNICUM
Unicum é importado no Brasil pelo Empório Húngaro em São Paulo, composta por 40 ervas e especiarias de todo mundo, cor escura e bem amargo, produzido na Hungria há mais de cem anos de história, cuja receita permanece mantida de forma secreta.
Underberg é um digestivo amargo produzido em Rheinberg, na Alemanha, pela Underberg AG, produzido á base de ervas aromáticas de 43 países, que passam por inspeções e se baseiam em uma receita secreta da família Underberg
RECEITAS
COLUNATA
- 50 ml Becherovka
- 15 ml Suco de limão fresco
- 15 ml Xarope de açúcar
- 15 ml Água com gás
- Lâmina de limão siciliano fresco
- Raminho de hortelã
MODO DE PREPARO
Coloque os ingredientes na coqueteleira menos água com gás, bata com gelo e passe para o copo com gelo, finalize com água com gás e fatias siciliano de limão e hortelã.
COUNT MAST
- 30ml Jagërmeister
- 30ml Gin
- 30ml Vermute Doce
- Casca de Limão
MODO DE PREPARO
Coloque gelo no copo misturador, mexa para deixar bem gelado, tire o degelo e acrescente os ingredientes. Mexer bem.
Passe para uma taça coupé previamente gelada, finalize com zest de limão.
JÄGER MULE
- 50ml Jagërmeister
- 15ml Suco de Limão
- Gelo
- Ginger Beer
- Gomos ou Fatias de Limão
MODO DE PREPARO
Coloque gelo em um copo Collins, adicione o suco de limão fresco, adicione Jagërmeister e complete com Ginger Beer. Finalize com gomo ou fatia de limão.
WHITE NEGRONI
- 45 ml de London Dry Gin
- 30 ml Lillet Blanc
- 15 ml Suze
- Twist de Limão
MODO DE PREPARO
Coloque gelo no copo misturador mexa e deixa o copo bem gelado, tire o degelo, coloque os ingredientes e mexa para que o liquido fique gelado. Passe para copo baixo com gelo e complete com twist de limão
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